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Relações necessárias e benéficas em tempos de pandemia

Refletindo sobre a sociedade contemporânea, se faz necessário olhar para os benefícios do momento, onde ferramentas tecnológicas que a pouco tempo afastavam os próximos e unia os distantes, hoje tem a função de unir a todos, oportunizando a valorização do que até então poderia ser visto como desnecessário, como um simples abraço ou poder bater um papo com os amigos em um só local.

As famílias estão tendo a oportunidade de conviver, de estar, de se fazer presente, uma vez que em busca de melhores condições de vida pouco tempo era disponibilizado para dedicação física aos filhos e hoje; podemos dizer que fomos “presenteados” com este momento, acompanhar as atividades escolares, as dificuldades que os filhos possam ter e poder estar ali para apoiar, para colocar regras e juntos valorizar a escola, os professores, os amigos e tudo o que nos parecia poder ser resolvido em outro momento.

E os desafios? Não haveria graça se não fossem os desafios, desafio de poder tornar este momento mais leve sem ficar se lamentando, de analisar quanta paciência é necessária para que haja avanço na aprendizagem das crianças, em saber gerenciar os conflitos entre os irmãos, a convivência com o esposo e esposa, companheiro(a) de longa data…não é fácil; porém somos seres dotados de uma capacidade de adaptação ímpar e capazes de vencer qualquer desafio que nos for colocado.

É oportunizar tempo para o que de fato é importante, tornar-se pessoas melhores, ajudar os filhos a valorizar o próximo, olhar para os problemas das demais pessoas, ajudar, acolher, se importar com a dor do outro. Dessa maneira ser feliz, pois a felicidade não está apenas em bens materiais, se não consegue-se olhar para o outro, a felicidade plena jamais estará conosco.

Emmir Nogueira, baseado em Jacques Phillippe, autor de “Liberdade Interior”, (Ed. Shalom, 2004), reflete sobre dois tempos: um exterior e outro interior.

“O tempo exterior é o tempo do fazer, do trabalhar, estudar, produzir, produzir, produzir. É o tempo das horas marcadas, das agendas lotadas, dos compromissos importantes e inadiáveis. É o tempo que estressa, que envelhece, que desgasta, que irrita. Tempo que me fecha em mim mesmo, que me leva a pensar mais em mim do que nos outros, tempo de receber, de acumular. Tempo de usura.”

“O tempo interior é o tempo de ser, do trabalhar com gratuidade, do estudar com extasiamento, do produzir para o bem de todos, ainda que me “prejudique”. É o tempo que esquece o relógio diante da necessidade do outro. Tempo das agendas que sempre cabem mais uma horinha, tempo dos importantes e inadiáveis compromissos com a vontade de Deus.”

É o momento do tempo interior, não podemos nos permitir desperdiçar este tempo tão precioso, desta forma estaremos contribuindo para as gerações futuras e um mundo muito, muito, muito melhor.

Antônia Braz
Pedagoga, Neuropsicopedagoga, Master em PNL, Coach e Consteladora Familiar